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O ambiente Montessori é rico em linguagem. Seja através de conversas ou brincadeiras, a criança é cercada por vocabulário no caminho da escrita até a leitura na sala de aula Montessoriana.
Maria Montessori acreditava que a escrita vem antes da leitura. Para ela a escrita representa a expressão do pensamento das crianças, enquanto a leitura é uma habilidade para interpretar os pensamentos dos outros.
Escrever é um processo de desenvolvimento infantil
Enquanto “tagarelar” representa o desenvolvimento da linguagem oral, o rabisco pode ser encarado como os primeiros passos da escrita.
A partir dos 3 anos, as crianças passam a ter contato com algumas letras, uma de cada vez, até dominar uma boa parte do alfabeto. Na de aula Montessori, as crianças aprendem os sons do alfabeto com as letras de lixa.
Usando a letra de lixa, as crianças traçam o som como seria escrito. Elas simultaneamente veem, sentem e ouvem o som sendo pronunciado. Essa abordagem concentra-se em ajudar a criança a aprender através do toque, não através da memorização, mas com base em todo o processo.
Montessori descobriu que as crianças eram capazes de codificar palavras meses antes de desenvolverem a coordenação olho-mão necessária para controlar um lápis. As crianças começam a compor palavras com o alfabeto móvel, construindo-as com uma letra de cada vez. Esse processo permite com que elas aumentem o nível de dificuldade e se corrijam. Os pequenos aprendem a não ter medo de cometer erros, que são um passo natural no processo de aprendizagem.
Na abordagem Montessori, os sons das letras são ensinados antes que a criança seja introduzida aos nomes das letras. Pesquisas mostram que é melhor aprender uma coisa de cada vez. Sendo assim, é demais para a criança ter que lembrar nomes e sons.
Se a criança aprender os nomes e os sons no início, linguistas verificaram que ela fica confusa ao tentar emitir uma palavra, porque é difícil lembrar o que a letra representa. Portanto, para evitar a dificuldade adicional, o som fonético de cada letra é ensinado primeiro e os nomes das letras são ensinados posteriormente.
Além disso, como algumas letras podem representar mais de um som, os outros sons usados com menos frequência do que o som fonético também são ensinados posteriormente. Dessa maneira, a criança precisa aprender apenas um som para cada letra no início do processo de aprendizagem.
Uma opção alternativa e complementar às letras de lixa é a atividade de escrever em areia fina. Com areia, farinha ou sal espalhado em uma caixa, a criança pode ser orientada a escrever as letras com a mão.
É importante lembrar que os pequenos só vão desenvolver o controle do lápis através da prática. Quanto antes a criança tiver contato com o lápis e começar a esboçar seus rabiscos, melhor será.